quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Celulares, MP3 e tablets causam impacto no planeta, alerta associação

  

São pequenos, leves e tentadores, mas os celulares, os MP3, os tablets ou outros brinquedinhos eletrônicos que dominarão as árvores de Natal este fim de ano têm um impacto notável sobre o ambiente.

De sua fabricação, que requer a extração de minerais raros que geram emissões de CO2, até o final de sua vida, quando devem ser submetidos a um processo de reciclagem nem sempre empregados, estes aparelhos têm todas as características necessárias para não integrar a lista de presentes dos defensores do ambiente.
"São aparelhos em miniatura, com um aspecto inofensivo, mas têm um impacto ambiental colossal: para extrair pequenas quantidades de minerais, é preciso desmatar hectares de florestas e espaços naturais", denuncia Annelaure Wittmann, da Associação Amigos da Terra.
Wittmann cita o exemplo República Democrática do Congo (RDC), onde a extração de mineral indispensável para a fabricação de celulares ameaça as populações de gorilas. A ONG já lançou ataques contra o iPad da Apple, criticando "o incrível desperdício de matérias-primas que sua fabricação requer".
Em termos de gases de efeito estufa, a compra de equipamentos eletrônicos representa de 6% a 7% das emissões anuais de um cidadão francês, mais da metade das quais vem de televisores, segundo Jean-Marc Jancovici do gabinete de assessoria Carbone 4.
O Centro Nacional francês de Informação Independente sobre Dejetos (Cniid, na sigla original), que milita por uma redução destes resíduos, denuncia "a estratégia deliberada" dos fabricantes destes aparelhos ao reduzir a duração de sua vida ativa, porque são dificilmente reparáveis ou porque estão submetidos à "ditadura da moda".
"São vendidos como coisas indispensáveis de ter, dando a impressão de que não se pode viver sem um iPhone", lamenta Hélène Bourges, encarregada do Cniid.
A importante taxa de renovação destes aparelhos - a cada dois anos para os celulares, por exemplo - causa um problema, já que muitos deles são descartados quando podiam ser úteis.
Esses aparelhos, cujos componentes são de forte poluição, não devem ser jogados em latas de lixo comum, e sim em lugares de reciclagem especiais, recorda Christian Brabant, diretor-geral da Eco-systèmes, o organismo francês que gerencia desde 2006 o recolhimento de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos.
Atualmente, menos da terça parte dos aparelhos vendidos no mercado é colocada ao fim de sua vida útil nesses locais de reciclagem (6,5 kg por habitante por 22 quilos de produtos comercializados em 2009).
"Muitos aparelhos são guardados ou jogados no lixo. A prioridade é levá-los aos locais adequados ou devolvê-los ao distribuidor", explica.
Para quem, apesar de tudo, quer ganhar um novo smartphone de presente de Natal, é possível encontrar material de segunda mão, afirma Annelaure Wittmann, que aconselha, além disso, que sejam dados presentes mais virtuais, como um lote de músicas para ser baixado legalmente.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Saiba quais são as principais medidas adotadas em Cancún

O acordo firmado neste sábado em Cancún pela conferência da ONU sobre mudanças climáticas prevê uma série de mecanismos para combater o aquecimento global e permitir que os países mais pobres e vulneráveis se adaptem as suas dramáticas consequências.


Estes são seus pontos principais:


FUTURO DO PROTOCOLO DE KYOTO
- Convoca os países desenvolvidos a discutir uma nova fase de compromissos de redução de emissões sob o Protocolo de Kyoto, cuja primeira fase expira no final de 2012, "para garantir que não ocorra um hiato" entre os dois períodos. Não requer, por enquanto, que as nações assinem compromissos para o período posterior a 2012. Japão liderou a oposição à prolongação do Protocolo, alegando que é injusto porque não inclui os dois maiores emissores: Estados Unidos (porque não o ratificou) e China (por ser um país em desenvolvimento).

AJUDA PARA OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
 - Cria uma nova instituição, o Fundo Verde, para administrar a ajuda financeira dos países ricos aos mais pobres. Até agora, União Europeia, Japão e Estados Unidos prometeram contribuições que devem chegar a US$ 100 bilhões anuais em 2020, além de uma ajuda imediata de US$ 30 bilhões.
- Convida o Banco Mundial a servir como tesoureiro interino do Fundo Verde Climático por três anos.
- Estabelece um conselho de 24 membros para dirigir o Fundo, com igualdade de representação de países desenvolvidos e em desenvolvimento, junto com representantes dos pequenos Estados insulares, mais ameaçados pelo aquecimento.
- Cria um centro de tecnologia climática e uma rede para ajudar a distribuir o conhecimento tecnológico aos países em desenvolvimento, com o objetivo de limitar as emissões e se adaptar aos impactos das alterações climáticas.

MEDIDAS PARA FREAR O AQUECIMENTO
- Salienta a necessidade urgente de realizar "fortes reduções" nas emissões de carbono para evitar que a temperatura média do planeta aumente mais de 2ºC em comparação com os níveis da era pré-industrial.
- Convoca os países industrializados a reduzir suas emissões entre 25% e 40% em 2020 em relação ao nível de 1990. Esta parte encontra-se incluída no Protocolo de Kyoto, e por isso não inclui os Estados Unidos, que nunca o ratificaram.
- Concorda em estudar novos mecanismos de mercado para ajudar os países em desenvolvimento a limitar suas emissões e discutir essas propostas na próxima conferência, no final de 2011, em Durban (África do Sul).

FISCALIZAÇÃO DAS AÇÕES DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO PARA REDUZIR AS EMISSÕES
Esses países, especialmente os grandes emergentes, como China, Brasil e Índia, "em função de suas capacidades", divulgarão a cada dois anos relatórios que mostrem seus inventários de gases de efeito estufa, e informações sobre suas ações para reduzi-los.
Esses relatórios serão submetidos a consultas e análises internacionais, "não intrusivas", "não punitivas" e "respeitando a soberania nacional".

REDUZIR O DESMATAMENTO
- Traz o objetivo de "reduzir, parar e reverter a perda de extensão florestal" nas florestas tropicais. O desmatamento responde por 20% das emissões de gases de efeito estufa globais. Pede aos países em desenvolvimento que tracem seus planos para combater o desmatamento, mas não inclui o uso de mercados de carbono para seu financiamento.
- Exorta todos os países a respeitar os direitos dos povos indígenas.

Brasil pode ter 93% de energia renovável até 2050, calcula ONG


A organização não governamental Greenpeace lançou  na Conferência do Clima da ONU (COP 16), em Cancún, um estudo em que aponta ser economicamente viável que o Brasil tenha 93% da sua matriz energética baseada em fontes renováveis até 2050. Os 7% restantes seriam de gás natural, uma fonte de transição até que a matriz brasileira seja convertida em 100% renovável, ainda no século 21. O estudo foi feito em parceria com o Conselho Europeu de Energia Renovável (Erec).As modalidades incluídas pelo Greenpeace nessa projeção são a hidrelétrica, eólica, de biomassa, solar e oceânica (geração a partir da força das marés). Segundo o coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace no Brasil, Ricardo Baitelo, a decisão por aderir ou não a essa "revolução energética" é política.O relatório da organização projeta que, principalmente a partir da década de 2040, os custos das energias não renováveis e renováveis vão se descolar, sendo que o segundo tipo vai cair por causa do barateamento das tecnologias, enquanto que os combustíveis fósseis terão preço progressivamente maior na medida em que as fontes planetárias se esgotam.

A projeção do Greenpeace conclui que o custo do Megawatt-hora num cenário de “revolução energética” no Brasil deve se estabilizar em R$ 120 até 2050, enquanto que, se mantido o cenário de referência atualmente usado pelo governo, que inclui mais de 20% de termelétricas a gás e óleo, o preço deve estar em R$ 176. Para fazer o cálculo, partiu-se da premissa de que, com a adoção de valores para as emissões de carbono, o custo do uso de combustíveis fósseis deve aumentar. (Fonte: Dennis Barbosa/ G1)

Bactéria que ‘come’ arsênico altera definição da vida...

Um estranho lago salgado na Califórnia abriga uma bactéria igualmente estranha, que sobrevive à base de arsênico e que redefine a vida tal qual a conhecemos.A bactéria não só ‘come’ arsênico como também incorpora esse elemento tóxico diretamente ao seu DNA, segundo os pesquisadores.
A descoberta mostra como os cientistas sabem pouco a respeito das formas de vida na Terra, e pode ampliar enormemente o campo de busca por seres em outros planetas ou luas, disse a equipe financiada pela Nasa.
‘A vida tal qual a conhecemos exige elementos químicos particulares e exclui outros’, disse Ariel Anbar, da Universidade Estadual do Arizona, em nota. ‘Mas essas são as únicas opções? Quão diferente a vida pode ser?’
O estudo, publicado na revista Science, demonstra que um dos mais notórios venenos da Terra pode também ser a matéria-prima para a vida de algumas criaturas.
Anbar, Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, e seus colegas encontraram essa cepa especial da bactéria ‘Halomonadaceae’ no lago Mono, na Califórnia, que foi formado numa região vulcânica, com minerais muito densos, inclusive o arsênico.
O lago está repleto de vida, mas não de peixes. Ele também contém as bactérias.
‘A vida é principalmente composta dos elementos carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo’, escreveram os pesquisadores na Science.
Esses seis elementos compõem os ácidos nucleicos – o A, C, T e G do DNA – e também as proteínas e lipídios. Mas teoricamente não há razão pela qual outros elementos não poderiam ser usados. Só que a ciência nunca havia encontrado nenhum ser vivo que os usasse.
Nessa pesquisa, os pesquisadores cultivaram micróbios do lago em uma solução de água com arsênico, contendo apenas uma pequena quantidade de fósforo.
A cepa GFAJ-1 da bactéria ‘Halomonadaceae’ cresceu quando havia só arsênico e só fósforo, mas não sem ambos os elementos. ‘Este organismo tem uma dupla capacidade’, disse em nota Paul Davies, da Nasa e da Universidade Estadual do Arizona. ‘Ele pode crescer com fósforo ou com arsênico. Isso o torna muito peculiar, embora fique aquém de ser alguma forma realmente ‘alienígena’ de vida, pertencente a um tronco diferente da vida, com uma origem em separado.’
Mas a descoberta sugere que os astrobiólogos – cientistas que procuram vida extraterrestre – não precisam restringir sua busca aos planetas que contém os mesmos elementos que a Terra.
‘Nossas descobertas são um lembrete de que a vida tal qual a conhecemos pode ser muito mais flexível do que geralmente supomos ou podemos imaginar’, disse Wolfe-Simon.
‘Se algo aqui na Terra pode fazer uma coisa tão inesperada, o que mais a vida pode fazer que ainda não vimos? Agora é a hora de descobrir.’

sábado, 4 de dezembro de 2010

COP 16

Começou dia 29/11, em Cancun (México), a 16ª Conferência da ONU para Mudança do Clima, a COP 16. Desta vez, no entanto, as expectativas são visivelmente mais contidas se comparadas às criadas para a COP 15 (realizada em dezembro último, em Copenhague, Dinamarca), muito pelo fracasso que o evento representou. Na ocasião, as expectativas para a consolidação da segunda fase do protocolo de Kyoto (2012-2020) foram frustradas nas últimas horas do encontro.
COP 16 tem sido encarada, sobretudo, como mais uma rodada de negociações internacionais acerca das mudanças climáticas, isto é, não são esperadas decisões de grande impacto ou acordos definitivos, ao menos por enquanto.A maior dificuldade prevista é a conciliação entre as recomendações da ONU, que visam reduzir em 40% as emissões dos Gases do Efeito Estufa (GEE’s), principalmente o dióxido de carbono (CO2), até 2020, e o posicionamento das duas nações mais poluentes do mundo, os Estados Unidos e a China.Com economias baseadas em energia termoelétrica, cuja geração depende de usinas que queimam carvão e emitem CO2 à atmosfera, os dois países protelam reduções menores, entre 14 e 17%.
Protocolo de Kyoto – Assinado em 1997, o Protocolo de Kyoto estabeleceu que países desenvolvidos reduzissem suas emissões de GEE’s em 5,2%, entre 2008 e 2012, com base nos níveis observados em 1990. O documento não contou com a assinatura dos EUA. Entretanto, a ONU afirma que será preciso reduzir as emissões em 40%, para que a temperatura do planeta não aumente mais do que 2 C° até o fim do século, em relação a 2005. Caso contrário, as consequências podem ser desastrosas, com o derretimento das calotas polares e o desaparecimento de espécies animais e vegetais, bem como danos consideráveis em cidades costeiras.
Há, contudo, pontos em que as negociações tendem a avançar, como no caso do programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+). Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 20% de toda a emissão de GEE’s estão relacionados ao desmatamento.O REED+ permite que nações em desenvolvimento sejam capazes de manter o crescimento industrial sem, no entanto, degradar o meio ambiente, casos da China, Índia e do próprio Brasil.
Alternativas - Neste cenário, organizações como o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF) devem ganhar força a partir da produção e comercialização de mudas nativas e da recuperação de biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica. No caso do IBF, em especial, todo o recurso obtido é reinvestido em programas e projetos socioambientais.Um exemplo é a recente parceria fechada entre o IBF e o Google para a criação da Floresta Doodle. O projeto prevê o plantio de 100 mil árvores, num total de 550 mil m2 de área a ser reflorestada, o que corresponde a 17 toneladas de CO2 capturadas da atmosfera.
Por meio de ações desta natureza, a expectativa é de que o “negócio da sustentabilidade” seja alavancado no Brasil e permita que o país cumpra sua ousada meta de redução das emissões de GEE’s: 39% até 2016, quatro anos antes da segunda fase do Protocolo de Kyoto, do qual foi isento em sua primeira fase.
Para o presidente Lula, esta e outras medidas possibilitam ao Brasil chegar à Conferência de Cancun como protagonista, contribuindo nos esforços globais relativos às mudanças climáticas. "Assim, o Brasil também está decidido a cobrar as decisões dos demais", disse à Assessoria de Comunicação do Governo Federal.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), as negociações do REDD+ já estão avançadas e o texto que está na mesa, suficientemente maduro. O consenso é de que o programa será implantado em três fases: a primeira é a produção de conhecimento e de estratégias, englobando a estrutura institucional, o monitoramento e o inventário florestal; a segunda se baseiana implementação de políticas e medidas; e a terceira é o pagamento pelo desempenho, com base na quantificação das emissões e remoções por florestas, em relação aos níveis de referência acordados. "Queremos um sistema que tenha benefícios para o clima, para as populações, para a biodiversidade e que estimule a economia da floresta", destaca Branca Americano, secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA.
Ainda de acordo com o Ministério, a fase 3 do REDD+ pode criar certa polêmica, pois é a única a permitir a presença do mercado, ainda que com as salvaguardas que serão definidas posteriormente. Além disso, o nível de detalhamento do programa dependerá do andamento das negociações em relação a outras propostas,que devem ser consideradas e balanceadas a ele.
De Cancun poderá sair, ainda, uma decisão sobre como serão destinados os US$ 30 bilhões para o período 2010-2012, comprometidos aos países em desenvolvimento durante a COP 15.
A chanceler mexicana Patricia Espinosa disse, em recente entrevista à Agência EFE, que seu país confia em que, na cúpula, seja acordado o mecanismo de financiamento de longo prazo conhecido como "fundo verde", estabelecido em US$ 100 bilhões anuais, a partir de 2020.
A COP 16 ocorre até 10 de dezembro, em Cancun, México, e tem a previsão de 25 mil participantes, entre delegados de 194 países.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Mudança climática pode provocar invernos mais frios, afirma estudo...



As mudanças climáticas poderão levar a invernos mais frios nas regiões do norte do planeta, de acordo com um estudo do Instituto Potsdam.
O principal autor do estudo, Vladimir Petoukhov, afirma que a diminuição do gelo marinho no Ártico oriental causa aquecimento regional dos níveis inferiores da atmosfera e pode levar a anomalias nas correntes atmosféricas, deflagrando um resfriamento geral dos continentes do norte.
“Essas anomalias podem triplicar a probabilidade de extremos de inverno frio na Europa e no norte da Ásia”, disse ele. “Invernos severos recentes, como o do ano passado ou o de 2005/2006, não são conflitantes com o painel do aquecimento global, mas suplementares.”
Petoukhov, cujo estudo se chama “Um elo entre a redução do gelo marinho de Barents-Kara e os extremos frios do inverno nos continentes do norte”, disse em um comunicado que o aquecimento do ar sobre o Mar de Barents-Kara parecia levar ventos frios invernais para a Europa.
“Isso não é o que se esperaria”, afirmou Petoukhov. “Quem quer que pense que a retração de um gelo marinho distante não o afete pode estar errado.”
O painel de cientistas do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o aumento das temperaturas globais trará mais enchentes, secas, ondas de calor e a elevação do nível dos oceanos.

sábado, 13 de novembro de 2010

Mais de 70% do desmatamento amazônico vira lixo...


Nada de móveis, portas ou cabos de vassoura. De cada dez árvores derrubadas na região amazônica, sete vão para a lata do lixo. De acordo com estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a maior parte da madeira é simplesmente descartada como resíduo.
O principal problema é o processamento dessa madeira. Feito praticamente de forma artesanal e com baixa tecnologia, apenas 30% das toras é aproveitado. Essa fatia representa a parte mais nobre da árvore.
O resto, na forma de serragem e de sobras, é descartado. Segundo Niro Higuchi, coordenador da pesquisa do INPA, é fundamental melhorar o rendimento da floresta. Não basta apenas estancar o desmatamento, por exemplo.
O pesquisador ainda aponta outro motivo para o baixo aproveitamento da madeira: ela é muito barata no mercado local. “É possível comprar um hectare de floresta por R$40″, disse.
 “A madeira aqui na Amazônia é realmente barata. Mas não é só isso. Ela é explorada de maneira desorganizada”, alerta Rosana Costa, engenheira agrônoma do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
A desorganização dessa exploração não é um problema exclusivo das grandes cidades, que transforma árvore em lixo urbano. Ela afeta também comunidades ribeirinhas – afinal, alguns núcleos incrustados na floresta sobrevivem do processamento de madeira.
Nessas comunidades, todo resíduo é despejado nos rios. “Na água, a serragem pode fermentar e soltar os produtos químicos que foram passados no tronco. Isso causa a morte do rio, como aconteceu no rio Trairão”, alerta Rosana.
O objetivo do INPA é reverter, em cinco anos, essa porcentagem, passando a aproveitar 70% da madeira derrubada. O aumento da produtividade acontece em duas etapas.
Na primeira, aperfeiçoa-se a técnica e a tecnologia da indústria madeireira, como o modo de cortar e as lâminas utilizadas.
Em seguida, é a vez dos resíduos. A serragem gera energia em termelétricas. E as sobras, finalmente, podem virar móveis, portas ou cabos de vassoura.

Desastres naturais mataram 3,3 milhões em 40 anos...

 

Os desastres naturais, como enchentes, terremotos e tsunamis, mataram 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo nos últimos 40 anos, diz um estudo divulgado pelo Banco Mundial, em parceria com as Nações Unidas.Desse total, cerca de 1 milhão de pessoas morreram na África, vítimas da seca.
Após dois anos de pesquisa, os dois organismos internacionais estimaram ainda que os prejuízos causados por esses desastres poderão triplicar até o final do século, atingindo a cifra de US$ 185 bilhões ao ano.
De acordo com o levantamento, o número fica ainda maior quando considerado o impacto das mudanças climáticas. Apenas os ciclones tropicais têm potencial de causar prejuízos que variam de US$ 28 bilhões a US$ 68 bilhões a cada ano...
Além disso, cerca de 1,5 bilhão de pessoas poderão estar expostas a tempestades e terremotos até 2050 – o dobro do número considerado atualmente.
Com 250 páginas, o levantamento tem como objetivo ‘alertar’ os ministros das finanças em todo o mundo para a necessidade de programas de prevenção aos desastres naturais.
O documento também traz uma série de sugestões sobre o que pode e deve ser feito nesse área e, segundo os autores, muitas dessas ações surpreendem por sua ’simplicidade’.
‘São os mais vulneráveis, e não os ricos, que acabam enfrentando o peso das ameaças naturais, muitas vezes agravadas por políticas ruins’, diz o texto.

Futuro energético do planeta está nas folhas artificiais, diz cientista....


A melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos: a fotossíntese. A afirmação foi feita por James Barber, professor do Imperial College London, no Reino Unido.
“Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese – propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada – não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta”, disse o pesquisador.
Segundo ele, uma tecnologia capaz de usar a luz do Sol com eficiência semelhante à observada nas plantas seria a solução definitiva para a questão energética. “A quantidade de radiação solar que se precipita no planeta Terra é gigantesca”, disse.
Consumo de energia no mundo – “Uma hora de luz solar equivale à totalidade da energia que utilizamos em um ano em todo o mundo. É a maior quantidade de energia disponível. Não há nada que se aproxime disso. É também uma energia que incide sobre praticamente todo o globo. É, portanto, igualmente distribuída. Aprender a usar essa energia seria um salto sem precedentes na história da humanidade”, destacou.
A população da Terra consome a cada ano, segundo Barber, 14 terawatts de energia, sendo que a maior parte é proveniente de combustíveis fósseis como petróleo (4,5 terawatts), gás (2,7 terawatts) e carvão (2,9 terawatts).
“Como sabemos, isso é insustentável. Estamos queimando combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial e chegamos a emitir carbono em uma concentração de 360 partes por milhão (ppm).
“À medida que a população global aumenta de modo exponencial, essa emissão piora. Sabemos que se chegarmos a 550 ppm, haverá mudanças dramáticas no clima do planeta”, afirmou.

O Futuro energético do planeta está nas folhas artificiais
Folhas artificiais – Desenvolver uma “folha artificial” seria, segundo ele, a melhor solução a longo prazo. A tecnologia para capturar a energia solar e transformá-la em eletricidade já é bem conhecida: a energia fotovoltaica. Mas, embora seja importante, a energia fotovoltaica não resolve o problema energético.
“A energia fotovoltaica é cara para competir com os baratos combustíveis fósseis. Em segundo lugar, não é suficiente apenas a produção de eletricidade. Precisamos de combustíveis para carros e aviões. O ideal é que tenhamos combustíveis líquidos de alta densidade, como é o caso do petróleo, do gás ou até mesmo dos biocombustíveis”, afirmou.
A folha artificial, segundo Barber, é uma tecnologia que absorveria energia solar, armazenando-a em bombas químicas e produzindo combustível. “Talvez produza metanol, ou metano. Mas o importante é que teremos um combustível de alta densidade, como o petróleo, que tem uma quantidade incrível de energia armazenada em um pequeno barril”, disse.
“É muito difícil armazenar grandes quantidades de energia em baterias. Ainda não temos a tecnologia para isso. Talvez um dia tenhamos, mas, no momento, acreditamos que armazenar energia em bombas químicas, como a fotossíntese faz, é o ideal”, apontou.
Bombas químicas – Com o armazenamento em bombas químicas, a energia solar poderia ser guardada, transportada e distribuída. “Esse armazenamento se daria de uma forma mais complexa que a da energia fotovoltaica. O armazenamento é o verdadeiro desafio que temos pela frente para chegar à folha artificial”, afirmou.
A solução desse desafio, no entanto, pode não estar tão distante quanto parece. Para Barber, a vantagem é que a química envolvida com a fotossíntese já foi desenvolvida, testada e aprovada pela natureza.
“Conforme queimamos combustíveis fósseis, jogamos dióxido de carbono na atmosfera e isso é ruim para nós. Mas não é ruim para as plantas. Elas gostam de dióxido de carbono. Tanto que usamos o enriquecimento por CO2 em estufas. Então, trata-se de uma química que já existe. As plantas capturam o dióxido de carbono e o convertem novamente em combustível, em moléculas orgânicas”, disse.
A folha artificial, segundo Barber, usará energia da luz para tirar oxigênio da água. Em seguida, o oxigênio servirá para converter o dióxido de carbono novamente em um composto rico em carbono. “Mas, para conseguir isso, teremos que desenvolver a catálise química. É preciso ter uma concepção robusta, usando materiais baratos e funcionando de maneira eficiente, que permita competir com os combustíveis fósseis”, afirmou.
 Para o cientista do Imperial College London, a folha artificial não foi desenvolvida até agora porque só recentemente se acelerou o avanço do conhecimento a respeito da fotossíntese.
“Hoje existe muito mais informação sobre os processos naturais. Os químicos estão trabalhando na construção de catalisadores artificiais e estão muito mais confiantes para começar a sintetizar”, disse.
“Estamos no caminho do desenvolvimento dessa catálise. Mas, até agora, não tínhamos muitos trabalhos feitos sobre o tema, em nível global. Outro fator limitante é que os combustíveis fósseis dominam. E não houve ênfase em tentar desenvolver outras tecnologias inovadoras para o futuro. O motivo é simples: os combustíveis fósseis são baratos”, afirmou.
Solução para o problema energético – Para Barber, o desenvolvimento da folha artificial seria a principal solução global para o problema energético. “Não consigo ver nenhuma outra alternativa a longo prazo. A curto prazo, provavelmente continuaremos queimando petróleo, carvão e gás. E rezar para que nada mais dramático aconteça com o clima. A médio prazo, deveremos usar biocombustíveis, mas nem todos os países poderão se valer dessas tecnologias”, disse.
Segundo o cientista, a folha artificial é provavelmente mais viável, como solução global, do que as tecnologias limpas com uso de fusão nuclear. “Isso é algo difícil demais para se fazer. Não dá para comparar com a viabilidade da folha artificial, cuja tecnologia já existe”, ressaltou.
“Posso produzir uma amanhã mesmo, usando um aparelho de produção de energia fotovoltaica, combinado com eletrodos de platina, alimentando o equipamento com energia solar, fazendo oxigênio e hidrogênio. Não é um sonho. É uma questão de otimização e de barateamento de produção”, afirmou.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Espécie de atum sofre por desastre no Golfo do México, diz ESA

O desastre ambiental na plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, atrapalha a reprodução da espécie Thunnus thynnus, um atum típico da região atlântica. A informação foi divulgada pela agência espacial europeia (ESA, na sigla em inglês).
O satélite Envisat, da ESA, e outros aparelhos europeus geraram dados para a formação de mapas mostrando a forma, extensão e localização da mancha de óleo.
Considerando os habitats de criação de ovos de atum, cientistas do Ocean Foundation descobriram que mais de 20% das crias, ao buscar alimentos como plânctons na superfície, acabaram morrendo por contaminação.
A espécie tem valor comercial alto  Durante os últimos trinta anos, o estoque da população de atum no Atlântico baixou 82% devido à caça intensa. A redução no número de peixes faz com que a reprodução precise ocorrer com poucos distúrbios.
Os peixes chegaram no local entre janeiro e julho para se reproduzir. O auge na produção de crias ocorreu entre abril e maio, mesma época na qual 5 milhões de litros de petróleo começaram a ser derramados em águas mexicanas e norte-americanas em 2010. O poço da British Petroleum explodiu em 20 de abril.
A reprodução do Thunnus thynnus acontece em águas superficiais, com a fêmea largando ovos para serem ferlilizados pelos machos em seguida. A presença do óleo na água prejudica o ciclo, podendo ser nociva até mesmo para os adultos da espécie.
A ESA deve apresentar mais informações sobre o trabalho dos satélites na análise do desastre do Golfo durante a COP-10, realizada em Nagoya, no Japão, para debates sobre biodiversidade.

Bioasfalto: asfalto verde substitui petróleo por óleo vegetal

Ao estudar os efeitos da adição de óleo vegetal ao asfalto comum, um engenheiro norte-americano pode ter descoberto um asfalto verde, um possível substituto para o asfalto à base de petróleo.
O professor Christopher Williams estava testando composições capazes de aguentar melhor as intensas variações de temperatura a que os asfaltos estão sujeitos, sobretudo no Hemisfério Norte, com nevascas severas onde não nevava há anos, e verões que batem recordes de temperatura ano após ano.
Mas o resultado foi muito melhor do que o esperado – o asfalto não apenas assimila uma parcela maior de bio-óleo do que o esperado, como também sua qualidade aumenta muito, em condições de rodagem e em durabilidade.
Bioasfalto – Nasceu então o bioasfalto, cujos primeiros testes começaram a ser feitos neste mês. Os ganhos começaram a ser verificados já na aplicação, uma vez que o bioasfalto pode ser aplicado a uma temperatura menor do que o asfalto tradicional de petróleo.
Como esses primeiros testes serão focados na durabilidade e na resistência às variações de temperatura, os pesquisadores escolheram uma ciclovia na própria universidade como laboratório.
O monitoramento sobre o bioasfalto será feito durante um ano, para cobrir todas as estações.
O professor Williams afirma que o bioasfalto permite que a mistura à base de petróleo seja substituída parcialmente por óleos derivados da biomassa de diversas plantas e árvores.
Pirólise rápida – O bio-óleo utilizado no bioasfalto é criado por um processo termoquímico chamado pirólise rápida, no qual talos de milho, resíduos de madeira ou outros tipos de biomassa são aquecidos rapidamente em um ambiente sem oxigênio.
O processo produz um óleo vegetal líquido que pode ser usado para a fabricação de combustíveis, produtos químicos e asfalto.
O processo gera ainda um produto sólido chamado biocarvão – um carvão vegetal – que pode ser usado para enriquecer os solos e para remover gases de efeito estufa da atmosfera.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Impactos Ambientais

Água será o problema mais sério da próxima década, diz conselheiro britânico




A falta de água pode se tornar o problema mais sério da próxima década, atrelada ao crescimento mundial da população, alertou o principal conselheiro científico do governo britânico, John Beddington.

As mudanças climáticas vão levar a mais secas e inundações, o que acarretaria problemas com o suplemento de água fresca. “Crescimento populacional, aumento da riqueza e da urbanização, e mudanças climáticas, tudo representa grandes problemas para a humanidade”, disse Beddington durante encontro global sobre clima e energias alternativas. “Mas a disponibilidade de água fresca será o primeiro problema a ser solucionado”, completou.

A população mundial de aproximadamente 6,6 bilhões de pessoas deve aumentar 2,5 bilhões até 2050. Segundo um estudo das Nações Unidas, em regiões da África, um contingente formado por 90 milhões a 220 milhões de pessoas enfrentarão problemas de suprimento de água já em 2020.

Segundo o conselheiro, cada país deveria focar em seus recursos naturais e de produção, além de tecnologias com baixas emissões de carbono, que, no caso do Reino Unido, envolvem a energia eólica e a nuclear. “Está bem claro que essas tecnologias serão importantes”, disse.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Qual é o tamanho da sua pegada?


Pegada Ecológica foi criada para calcular o quanto de recursos da natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de vida. Assim, por meio de um simples cálculo, podemos saber se nossa forma de viver está de acordo com a capacidade do planeta em oferecer, renovar seus recursos e absover os resíduos que geramos.

Responda o quiz e conheça o tamanho estimado da sua pegada ecológica! Pode ser uma surpresa!

WWF: brasileiros não notam importância da natureza para vida




Uma pergunta feita pela ONG WWF Brasil à população constatou que a maioria dos brasileiros não se lembra da importância do meio ambiente para a preservação da vida quando a indagação é feita aleatoriamente. A indagação “o que você precisa para viver?” gerou, majoritariamente, respostas como: amor, família, amigos, sol e saúde.
A iniciativa faz parte da campanha cujo lema é Cuidar da Natureza é Cuidar da Vida, lançada nesta semana pela ONG. Para o coordenador do Programa para a Água Doce da WWF Brasil, Samuel Barreto, as respostas revelam a importância de conscientizar a população sobre o papel do meio ambiente na preservação da vida. “A ausência da natureza nesse tipo de preocupação mostra a necessidade de colocar esse debate junto com a opinião pública e criar esse mecanismo de sensibilização”.
Ele destacou que o engajamento do cidadão tem uma relação direta com a questão do consumo. “Porque os nossos hábitos de vida trazem impactos sobre o meio ambiente. É aquilo que a gente chama de ‘nossa pegada ecológica’. Isso também chama para uma reflexão sobre o nosso modo de vida, sobre a questão de conscientização, sobre a parte de consumo responsável, alertando para as consequências que o descuido com a natureza pode provocar”.
Entre elas, Barreto citou a redução da biodiversidade e de serviços ecológicos, como clima e água. Na campanha, a WWF Brasil está propondo ao governo a criação de unidades de conservação em todos os biomas, “como uma forma efetiva de você garantir a manutenção dessa diversidade biológica”.

ONU estima dano ambiental das empresas

Quanto custa a destruição do meio ambiente? De acordo com um estudo encomendado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) a destruição da natureza causada pelo impacto humano em 2008 custou US$ 6,6 trilhões, ou 11% do PIB mundial. Um terço desse total (US$ 2,15 trilhões) foi de responsabilidade das 3.000 maiores empresas do planeta.
Só como comparação, esse montante é 20% maior do que as perdas de US$ 5,4 trilhões acumuladas pelos fundos de pensões dos países desenvolvidos em função da crise financeira global.
O estudo "Universal Ownership: Why environmental externalities matter to institutional investors" ("Propriedade Universal: Por que externalidades ambientais importam para investidores institucionais") foi produzido pela consultoria Truscot sob encomenda da Unep Finance Initiative (Iniciativa Financeira do Pnuma).
Essa organização é uma parceria entre a agência da ONU para o meio ambiente e 175 instituições financeiras de mais de 50 países, cuja missão é identificar e promover melhores práticas na área de finanças sustentáveis.
Trata-se de mais uma tentativa da ONU de contabilizar as perdas ambientais que o planeta vem acumulando e especialmente de monitorizar o dano causado pelo modelo de produção atual, além das suas possíveis consequências sobre os portfólios dos investidores e rentabilidade das empresas.
O relatório aponta que mantido o cenário "business-as-usual", o custo das perdas ambientais deverá chegar a US$ 28,6 trilhões em 2050, o equivalente a 18% PIB mundial.
Os autores do estudo ressaltam que por falta de dados a estimativa foi calculada somente sobre os seguintes impactos ambientais: as emissões de gases de efeito estufa; o uso da água; poluição do ar; produção de resíduos; exploração de recursos naturais (pesca e madeira).
Uma importante mensagem do estudo é o papel dos fundos institucionais já que, devido aos seus amplos portfólios, eles podem ser considerados "proprietários universais" e tem grande potencial de influenciar a forma de atuação das grandes companhias globais.
Seus investimentos estão expostos a um crescente e generalizado risco financeiro por causa dos danos ambientais. Diz o estudo: "os investidores institucionais podem exercer seu poder de influência para minimizar o tamanho desse impacto - ou das externalidades negativas - e assim reduzir a exposição a esses custos potenciais".

Investimentos sustentáveis cresceram 11%
Embora seus impactos ambientais sejam enormes e crescentes, grande parte das empresas está preocupada com o tema e muitas estão investindo em tecnologias ou métodos para minimizar os danos causados por seus sistemas produtivos.
Os investimentos em iniciativas "verdes" de 1.800 empresas americanas, com valor acima de US$ 1 bilhão, aumentaram em 11% em 2010, segundo a consultoria Verdantix. E a consultoria prevê crescimento ainda maior para 2011 (16%) e para 2012 (24%).
Segundo os executivos entrevistados pela consultoria, os recursos anuais previstos para serem gastos com projetos sustentáveis deverão chegar a US$ 60 bilhões em 2014. 

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Reciclagem de energia magnética reduz consumo de eletricidade

Pesquisadores japoneses e norte-americanos criaram um equipamento capaz de reciclar o campo magnético produzido pela fiação elétrica comum do sistema de iluminação de um prédio.

Testado na fiação que alimenta as lâmpadas de edifícios que precisam ficar iluminados 24 horas por dia, o equipamento gerou uma economia de energia próxima dos 40%.

Reciclagem do campo magnético – Projetado por engenheiros do Instituto de Tecnologia de Tóquio, o equipamento de recuperação da energia magnética, ou MERS (Magnetic Energy Recovery Switch), está sendo testado e aperfeiçoado em conjunto com o centro de pesquisas da Marinha norte-americana.

Ao reciclar o campo magnético gerado em volta dos fios que alimentam as lâmpadas, o MERS controla o fluxo de eletricidade, minimizando o consumo de energia e maximizando o rendimento das lâmpadas.

De Abril a Junho deste ano os pesquisadores fizeram uma série de experimentos em vários prédios públicos, envolvendo vários tipos de iluminação, inclusive fluorescentes. Os testes mostraram que a tecnologia MERS reduz significativamente o consumo de energia para iluminação.

“Ao final dos testes, verificamos que, com o novo aparelho instalado, houve picos de economia de até 39 por cento”, afirma Chandra Curtis, que coordenou os testes. “O dispositivo não apenas economiza energia, como também produz muito menos calor e gera menos interferência eletromagnética do que as tecnologias convencionais.”

Com os bons resultados alcançados, o próximo passo será equipar vários escritórios, lavanderias e ginásios para acompanhar o rendimento da tecnologia a longo prazo, o que deverá ser feito a partir de Outubro.

Iluminação pública – Sobre o potencial de uso doméstico da tecnologia, os pesquisadores afirmaram que cerca de 20% dos gastos de energia de uma residência são destinados à iluminação. Com isto, a disseminação do uso da reciclagem da energia magnética dependerá da redução dos custos de fabricação dos equipamentos.

Segundo eles, no presente estágio, a tecnologia é inigualável para aplicação em áreas que exijam que as lâmpadas fiquem acesas por longos períodos, o que ocorre principalmente em prédios públicos, shopping centers, supermercados e grandes empresas.

Desmatamento na Amazônia reduz 47%, mas região perde 265 km² de floresta


A taxa de desmatamento da Amazônia caiu 47% em agosto, mês em que as queimadas explodiram no Brasil. O dado é do Deter, o sistema de detecção do desmatamento em tempo real do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A queda se refere a agosto de 2009.
Foram 265 km² desmatados no mês, contra cerca de 500 km² em agosto de 2009 e 485 km² em julho deste ano. É um número positivo para inaugurar a série de dados de 2011 (o desmatamento é medido de agosto de um ano a julho do ano seguinte), e também uma surpresa. Afinal, em agosto as queimadas tiveram um aumento de 300% em todo o país.
Por conta dos incêndios, a degradação florestal medida pelo sistema de monitoramento por satélite do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) cresceu 241% em agosto de 2010. O desmatamento, porém, caiu 23%, diz o Imazon.
Em agosto, o Pará liderou o desmate na região, com 134 km2 de desmate, seguido por Mato Grosso, com 54,85 km2 e pelo Amazonas, com 26,4 km2 a menos de florestas no período.
No mundo – Um novo levantamento da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) indica que, nesta década, o desmate em 121 países tropicais foi menor do que nos anos 1990. Os números: 9,34 milhões de hectares anuais, contra 11,33 milhões na década passada. 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mundo dobra uso de água subterrânea em quatro décadas

A humanidade se tornou uma usuária tão sedenta das águas subterrâneas do planeta que essa exploração pode ser responsável por um quarto do aumento anual do nível dos oceanos.
Usando estatísticas e simulações de computador sobre a entrada e saída de água dos lençóis freáticos, Bierkens e companhia estimam que a exploração de água doce subterrânea mais do que dobrou dos anos 1960 para cá, passando de 126 km3 para 283 km3 por ano, em média.
A questão, lembram os pesquisadores, é que ainda não dá para saber o preço exato da brincadeira, porque ninguém tem dados precisos sobre a quantidade de água subterrânea no mundo. Mas, a esse ritmo, se tais reservas fossem equivalentes aos célebres Grandes Lagos dos EUA e Canadá, essa fonte de água seria esgotada em 80 anos.
De qualquer maneira, a preocupação se justifica porque, de acordo com estimativas, 30% da água doce da Terra está no subsolo.
Com exceção das calotas polares as quais ninguém em sã consciência gostaria de derreter, já que os efeitos sobre os mares e o clima seriam imensos, trata-se da principal fonte de água potável do mundo. Rios e lagos na superfície são só 1% do total.
Beberrões – Algumas regiões são especialmente beberronas, mostra a pesquisa. Não por acaso, são centros de grande produção agrícola em áreas naturalmente já não muito chuvosas: noroeste da Índia, nordeste da China e do Paquistão, Califórnia e meio-oeste americano. A exploração desenfreada afeta principalmente, como seria de esperar, os agricultores mais pobres.
Segundo Bierkens, a água que sobrar “vai acabar ficando num nível tão baixo que um fazendeiro comum, com sua tecnologia normal, não vai mais conseguir alcançá-la”.
Ao trazer para a superfície quantidades portentosas do líquido, a exploração sem muito controle aumenta a evaporação e, consequentemente, a precipitação em forma de chuva, o que acaba favorecendo o aumento do nível dos mares ligado ao uso dos aquíferos do subsolo.
Embora a pesquisa não aborde diretamente a situação brasileira, o país tem razões de sobra para se preocupar com a situação dos aquíferos subterrâneos.
O interior brasileiro abriga, por exemplo, a maior fração do aquífero Guarani, gigantesca reserva com 1,2 milhão de km2.
Hoje, 75% dos municípios do interior paulista precisam usar as águas do aquífero para seu abastecimento. No caso de Ribeirão Preto, uma das principais cidades do Estado, essa dependência é total. 

Estudo relaciona diabetes com poluição do ar




Um estudo divulgado pelo Hospital Infantil de Boston, encontrou uma forte relação entre a diabetes nos adultos e partículas de poluição atmosférica, mesmo quando a exposição é inferior ao atual limite de segurança estabelecido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês).
 Na pesquisa do Hospital Infantil de Boston, para cada aumento de 10 microgramas por metro cúbico de exposição a partículas poluentes, houve um aumento de 1% da incidência de diabetes.
A diferença entre a ocorrência da doença nos município com maior e menos índice de poluição é de cerca de 20%, diz a pesquisa. “De uma perspectiva política, os resultados sugerem que os limites atuais de exposição podem não ser adequados para evitar os resultados negativos na saúde pública”, diz John Brownstein, um dos autores do estudo.
Allison Goldfine, tamém co-autor do estudo e diretor de pesquisa clínica do Joslin Diabetes Center, lembra ainda que esses fatores ambientais podem contribuir para uma epidemia de diabetes em todo o mundo. “Enquanto muita atenção tem sido corretamente atribuída para evitar os hábitos de alimentação muito calórica e sedentarismo, fatores adicionais podem fornecer novas abordagens para a prevenção do diabetes”, diz.
Os pesquisadores afirmaram ter o objetivo de dar continuidade ao estudo, incluindo pesquisas sobre os mecanismos inflamatórios da diabetes e o papel das partículas de poluentes nesse caso. “Nós também temos um interesse em investigar esta descoberta em nível internacional, onde os padrões de controle da poluição podem ser menos rigorosos, conclui Brownstein.

Encalhe de baleias bate recorde no litoral do país

O ano de 2010 já registra um recorde de encalhe de baleias jubarte no litoral brasileiro. Dos 73 encalhes registrados no litoral, 66 ocorrências são da espécie jubarte, segundo o Instituto Baleia Jubarte (IBJ). Esse número é cerca de 60% maior do que o registrado em 2007, ano em que ocorreram 41 encalhes da espécie, e era recorde até então. No ano passado foram registrados 30 encalhes da espécie.
Segundo o veterinário e coordenador do Instituto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, vários fatores podem ter provocado o aumento deste ano, entre eles, a diminuição da oferta de alimentos na região da Antártida, por conta do aquecimento global, o surgimento de algum tipo de bactéria que provoque doenças, ou até mesmo o aumento do número de nascimentos. Segundo ele, o encalhe de filhotes dessa espécie representa 58% do total.
“De 2002 a 2005 tivemos uma média de 22 encalhes por ano. De 2006 a 2009 a média aumentou para 36 ao ano. Vimos também que as mortes aumentaram em outras regiões como Argentina e Austrália. Estamos avaliando esse conjunto de fatores com biólogos e veterinários estrangeiros para identificar causas comuns. Pode ser qualquer um desses fatores, mas também pode ser nenhum deles. Ainda estamos avaliando as causas das mortes”, afirma o veterinário.
Bahia e Espírito Santo são os estados que registraram o maior número de animais mortos. Na Bahia, ocorreram até agora 30 encalhes; e no Espírito Santo, 21. Segundo Marcondes, as condições de água quente e rasas atraem a espécie para esses estados para o ciclo de acasalamento e reprodução.
O veterinário acredita que, até o fim do ano, aproximadamente 80 casos de encalhe sejam registrados.
Encalhe de outras espécies – Neste ano, outras espécies de baleias também apareceram mortas no litoral brasileiro. No Sul, quatro baleias franca encalharam: uma no Rio Grande do Sul e três em Santa Catarina. Destas, três eram filhotes e uma era uma adulta. O animal adulto encalhou doente em Santa Catarina e teve que passar por processo de eutanásia, devido ao estado de debilidade.
Segundo o Projeto Baleia Franca, é comum a morte de filhotes em época de reprodução. Em 2009 foi registrado um caso de encalhe da espécie no litoral brasileiro, em Santa Catarina. Neste ano, foram registrados quatro casos de encalhes. Segundo o Projeto Baleia Franca, o índice de encalhe cresce quando aumenta o número de nascimentos.
Neste ano, dois cachalotes encalharam mortos na Bahia e em Alagoas. Segundo o Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA), apesar de os animais pertencerem à família dos golfinhos, eles são considerados baleias pela Comissão Internacional da Baleia (CIB). Uma baleia de bryde também foi encontrada morta no litoral de São Paulo neste ano. 

Cientistas criam combustível com subprodutos da fabricação de uísque



Cientistas escoceses estão desenvolvendo um novo tipo de biocombustível feito com subprodutos da fabricação do uísque.
Segundo a equipe da Edinburgh Napier University, em Edimburgo, o álcool butanol proveniente do novo processo seria 30% mais eficiente do que outros biocombustíveis, como o etanol, e poderia ser usado em automóveis.
A universidade está tentando patentear a nova invenção.
Os pesquisadores basearam seus experimentos nos dois principais subprodutos gerados durante a fabricação do uísque: o pot ale, líquido remanescente nos alambiques de cobre após a destilação, e os restos dos grãos utilizados como a cevada.
Segundo a equipe, a indústria do uísque maltado produz anualmente 1,6 milhões de litros de pot ale e 187 mil toneladas de restos de cevada.
Todo esse material poderia ser transformado em combustível que seria usado puro ou em combinação com petróleo ou diesel, dizem os cientistas.
Energia renovável
A equipe, liderada pelo professor Martin Tangney, acredita que o produto também possa ser usado na fabricação de outras substâncias químicas renováveis.
"A União Europeia declarou que biocombustíveis deverão responder por 10% do total de vendas de combustíveis em 2020. Estamos determinados a encontrar novas fontes de energia renovável", disse Tangney.
"Enquanto algumas companhias de energia plantam lavouras para gerar biocombustíveis, nós estamos investigando sobras de materiais, como os subprodutos do uísque, para desenvolvê-los".
O cientista acredita que essa seja uma opção mais sustentável, além de oferecer uma nova fonte de renda associada a uma das maiores indústrias da Escócia, a indústria do uísque.
A equipe está criando uma companhia para tentar levar o novo combustível para o mercado.