sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Mudança climática pode provocar invernos mais frios, afirma estudo...



As mudanças climáticas poderão levar a invernos mais frios nas regiões do norte do planeta, de acordo com um estudo do Instituto Potsdam.
O principal autor do estudo, Vladimir Petoukhov, afirma que a diminuição do gelo marinho no Ártico oriental causa aquecimento regional dos níveis inferiores da atmosfera e pode levar a anomalias nas correntes atmosféricas, deflagrando um resfriamento geral dos continentes do norte.
“Essas anomalias podem triplicar a probabilidade de extremos de inverno frio na Europa e no norte da Ásia”, disse ele. “Invernos severos recentes, como o do ano passado ou o de 2005/2006, não são conflitantes com o painel do aquecimento global, mas suplementares.”
Petoukhov, cujo estudo se chama “Um elo entre a redução do gelo marinho de Barents-Kara e os extremos frios do inverno nos continentes do norte”, disse em um comunicado que o aquecimento do ar sobre o Mar de Barents-Kara parecia levar ventos frios invernais para a Europa.
“Isso não é o que se esperaria”, afirmou Petoukhov. “Quem quer que pense que a retração de um gelo marinho distante não o afete pode estar errado.”
O painel de cientistas do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o aumento das temperaturas globais trará mais enchentes, secas, ondas de calor e a elevação do nível dos oceanos.

sábado, 13 de novembro de 2010

Mais de 70% do desmatamento amazônico vira lixo...


Nada de móveis, portas ou cabos de vassoura. De cada dez árvores derrubadas na região amazônica, sete vão para a lata do lixo. De acordo com estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a maior parte da madeira é simplesmente descartada como resíduo.
O principal problema é o processamento dessa madeira. Feito praticamente de forma artesanal e com baixa tecnologia, apenas 30% das toras é aproveitado. Essa fatia representa a parte mais nobre da árvore.
O resto, na forma de serragem e de sobras, é descartado. Segundo Niro Higuchi, coordenador da pesquisa do INPA, é fundamental melhorar o rendimento da floresta. Não basta apenas estancar o desmatamento, por exemplo.
O pesquisador ainda aponta outro motivo para o baixo aproveitamento da madeira: ela é muito barata no mercado local. “É possível comprar um hectare de floresta por R$40″, disse.
 “A madeira aqui na Amazônia é realmente barata. Mas não é só isso. Ela é explorada de maneira desorganizada”, alerta Rosana Costa, engenheira agrônoma do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
A desorganização dessa exploração não é um problema exclusivo das grandes cidades, que transforma árvore em lixo urbano. Ela afeta também comunidades ribeirinhas – afinal, alguns núcleos incrustados na floresta sobrevivem do processamento de madeira.
Nessas comunidades, todo resíduo é despejado nos rios. “Na água, a serragem pode fermentar e soltar os produtos químicos que foram passados no tronco. Isso causa a morte do rio, como aconteceu no rio Trairão”, alerta Rosana.
O objetivo do INPA é reverter, em cinco anos, essa porcentagem, passando a aproveitar 70% da madeira derrubada. O aumento da produtividade acontece em duas etapas.
Na primeira, aperfeiçoa-se a técnica e a tecnologia da indústria madeireira, como o modo de cortar e as lâminas utilizadas.
Em seguida, é a vez dos resíduos. A serragem gera energia em termelétricas. E as sobras, finalmente, podem virar móveis, portas ou cabos de vassoura.

Desastres naturais mataram 3,3 milhões em 40 anos...

 

Os desastres naturais, como enchentes, terremotos e tsunamis, mataram 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo nos últimos 40 anos, diz um estudo divulgado pelo Banco Mundial, em parceria com as Nações Unidas.Desse total, cerca de 1 milhão de pessoas morreram na África, vítimas da seca.
Após dois anos de pesquisa, os dois organismos internacionais estimaram ainda que os prejuízos causados por esses desastres poderão triplicar até o final do século, atingindo a cifra de US$ 185 bilhões ao ano.
De acordo com o levantamento, o número fica ainda maior quando considerado o impacto das mudanças climáticas. Apenas os ciclones tropicais têm potencial de causar prejuízos que variam de US$ 28 bilhões a US$ 68 bilhões a cada ano...
Além disso, cerca de 1,5 bilhão de pessoas poderão estar expostas a tempestades e terremotos até 2050 – o dobro do número considerado atualmente.
Com 250 páginas, o levantamento tem como objetivo ‘alertar’ os ministros das finanças em todo o mundo para a necessidade de programas de prevenção aos desastres naturais.
O documento também traz uma série de sugestões sobre o que pode e deve ser feito nesse área e, segundo os autores, muitas dessas ações surpreendem por sua ’simplicidade’.
‘São os mais vulneráveis, e não os ricos, que acabam enfrentando o peso das ameaças naturais, muitas vezes agravadas por políticas ruins’, diz o texto.

Futuro energético do planeta está nas folhas artificiais, diz cientista....


A melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos: a fotossíntese. A afirmação foi feita por James Barber, professor do Imperial College London, no Reino Unido.
“Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese – propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada – não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta”, disse o pesquisador.
Segundo ele, uma tecnologia capaz de usar a luz do Sol com eficiência semelhante à observada nas plantas seria a solução definitiva para a questão energética. “A quantidade de radiação solar que se precipita no planeta Terra é gigantesca”, disse.
Consumo de energia no mundo – “Uma hora de luz solar equivale à totalidade da energia que utilizamos em um ano em todo o mundo. É a maior quantidade de energia disponível. Não há nada que se aproxime disso. É também uma energia que incide sobre praticamente todo o globo. É, portanto, igualmente distribuída. Aprender a usar essa energia seria um salto sem precedentes na história da humanidade”, destacou.
A população da Terra consome a cada ano, segundo Barber, 14 terawatts de energia, sendo que a maior parte é proveniente de combustíveis fósseis como petróleo (4,5 terawatts), gás (2,7 terawatts) e carvão (2,9 terawatts).
“Como sabemos, isso é insustentável. Estamos queimando combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial e chegamos a emitir carbono em uma concentração de 360 partes por milhão (ppm).
“À medida que a população global aumenta de modo exponencial, essa emissão piora. Sabemos que se chegarmos a 550 ppm, haverá mudanças dramáticas no clima do planeta”, afirmou.

O Futuro energético do planeta está nas folhas artificiais
Folhas artificiais – Desenvolver uma “folha artificial” seria, segundo ele, a melhor solução a longo prazo. A tecnologia para capturar a energia solar e transformá-la em eletricidade já é bem conhecida: a energia fotovoltaica. Mas, embora seja importante, a energia fotovoltaica não resolve o problema energético.
“A energia fotovoltaica é cara para competir com os baratos combustíveis fósseis. Em segundo lugar, não é suficiente apenas a produção de eletricidade. Precisamos de combustíveis para carros e aviões. O ideal é que tenhamos combustíveis líquidos de alta densidade, como é o caso do petróleo, do gás ou até mesmo dos biocombustíveis”, afirmou.
A folha artificial, segundo Barber, é uma tecnologia que absorveria energia solar, armazenando-a em bombas químicas e produzindo combustível. “Talvez produza metanol, ou metano. Mas o importante é que teremos um combustível de alta densidade, como o petróleo, que tem uma quantidade incrível de energia armazenada em um pequeno barril”, disse.
“É muito difícil armazenar grandes quantidades de energia em baterias. Ainda não temos a tecnologia para isso. Talvez um dia tenhamos, mas, no momento, acreditamos que armazenar energia em bombas químicas, como a fotossíntese faz, é o ideal”, apontou.
Bombas químicas – Com o armazenamento em bombas químicas, a energia solar poderia ser guardada, transportada e distribuída. “Esse armazenamento se daria de uma forma mais complexa que a da energia fotovoltaica. O armazenamento é o verdadeiro desafio que temos pela frente para chegar à folha artificial”, afirmou.
A solução desse desafio, no entanto, pode não estar tão distante quanto parece. Para Barber, a vantagem é que a química envolvida com a fotossíntese já foi desenvolvida, testada e aprovada pela natureza.
“Conforme queimamos combustíveis fósseis, jogamos dióxido de carbono na atmosfera e isso é ruim para nós. Mas não é ruim para as plantas. Elas gostam de dióxido de carbono. Tanto que usamos o enriquecimento por CO2 em estufas. Então, trata-se de uma química que já existe. As plantas capturam o dióxido de carbono e o convertem novamente em combustível, em moléculas orgânicas”, disse.
A folha artificial, segundo Barber, usará energia da luz para tirar oxigênio da água. Em seguida, o oxigênio servirá para converter o dióxido de carbono novamente em um composto rico em carbono. “Mas, para conseguir isso, teremos que desenvolver a catálise química. É preciso ter uma concepção robusta, usando materiais baratos e funcionando de maneira eficiente, que permita competir com os combustíveis fósseis”, afirmou.
 Para o cientista do Imperial College London, a folha artificial não foi desenvolvida até agora porque só recentemente se acelerou o avanço do conhecimento a respeito da fotossíntese.
“Hoje existe muito mais informação sobre os processos naturais. Os químicos estão trabalhando na construção de catalisadores artificiais e estão muito mais confiantes para começar a sintetizar”, disse.
“Estamos no caminho do desenvolvimento dessa catálise. Mas, até agora, não tínhamos muitos trabalhos feitos sobre o tema, em nível global. Outro fator limitante é que os combustíveis fósseis dominam. E não houve ênfase em tentar desenvolver outras tecnologias inovadoras para o futuro. O motivo é simples: os combustíveis fósseis são baratos”, afirmou.
Solução para o problema energético – Para Barber, o desenvolvimento da folha artificial seria a principal solução global para o problema energético. “Não consigo ver nenhuma outra alternativa a longo prazo. A curto prazo, provavelmente continuaremos queimando petróleo, carvão e gás. E rezar para que nada mais dramático aconteça com o clima. A médio prazo, deveremos usar biocombustíveis, mas nem todos os países poderão se valer dessas tecnologias”, disse.
Segundo o cientista, a folha artificial é provavelmente mais viável, como solução global, do que as tecnologias limpas com uso de fusão nuclear. “Isso é algo difícil demais para se fazer. Não dá para comparar com a viabilidade da folha artificial, cuja tecnologia já existe”, ressaltou.
“Posso produzir uma amanhã mesmo, usando um aparelho de produção de energia fotovoltaica, combinado com eletrodos de platina, alimentando o equipamento com energia solar, fazendo oxigênio e hidrogênio. Não é um sonho. É uma questão de otimização e de barateamento de produção”, afirmou.